Intraempreendedorismo é quase um trava língua, mas, passado o primeiro susto, próprio de quem nunca antes ouviu falar deste conceito, é possível compreender suas aplicações no meio corporativo, e trazer para mais perto do cotidiano, na prática. E foi isso o que fez um dos grupos do projeto de integração e desenvolvimento realizado internamente no Nepuga ao longo dos últimos meses.
O grupo designado para tratar desse tema foi composto pelo consultor de vendas João de Souza, Lucas Diniz, que é parte da equipe de TI da instituição, Leda Leocadio, redatora de marketing e Pamela Carla, parte da secretaria acadêmica.
Pesquisando, inicialmente o grupo encontrou definições que consideraram um pouco engessadas sobre o tema, voltada para o desenvolvimento de novos produtos, serviços ou processos dentro de uma instituição, enquanto iniciativa de colaboradores em diferentes setores.
O intraempreendedorismo além da big idea
A partir daí, conseguiram desenvolver uma conversa sobre outras possibilidades de intraempreender, que não ocorram necessariamente a partir de uma big idea, possibilidades muito mais pautadas na realidade do cotidiano, nos objetivos já estabelecidos da organização, e pensando nas melhorias possíveis, com impacto no benefício coletivo.
É claro, as big ideas intraempreendedoras são inspiradoras e possíveis de serem realizadas, e o grupo trouxe alguns desses exemplos, demonstrando como o pensamento inovador pode levar a iniciativas grandiosas.
Um desses exemplos foi o desenvolvimento do console PlayStation, que inicialmente não fazia parte da visão da Sony, mas fazia todo sentido para um dos colaboradores da empresa, o Ken Kutaragi, que não desistiu de sua ideia quando a princípio não foi tão bem aceita, e conseguiu convencer de que o desenvolvimento do console tinha tudo a ver com os objetivos e potencialidades da empresa, fazendo acontecer um dos videogames mais populares do mundo.
Mas qual a diferença entre proatividade e intraempreendedorismo?
Enxergar os potenciais de uma empresa e se mexer para fazer acontecer ideias e melhorias pode ser caracterizado como proatividade. Então, qual é a distinção entre ser proativo e intraempreendedor?
Para o grupo, o intraempreendedorismo precisa ser mais bem estruturado para ser colocado em prática, precisa-se compreender o por quê da iniciativa, quais objetivos se quer alcançar a partir dela, quais passos é necessário realizar e, como mencionado antes, é preciso que a iniciativa tenha relação com os objetivos da corporação em que se pretende implementar.
Assim, iniciativas intraempreendedoras têm bastante relação com criatividade e proatividade, mas essas características, se não forem bem estruturadas, nem sempre são o bastante para implementar ideias robustas, que demandem a participação de muitas pessoas e investimento de recursos.
Outra característica importante é a disposição para correr riscos. Afinal, novas ideias podem assustar a princípio, até mesmo enfrentar resistência da equipe, e provavelmente vão ser bastante refinadas em comparação com o que foi pensado em um primeiro momento. Por isso, a disposição para tentar, e possivelmente falhar, faz parte do processo.
O empreender na prática
Se voltando para a prática, Lucas lembra outro ponto do que pode ser considerado como intraempreendedorismo:
“Quando a gente fala desse perfil empreendedor, que ele vai trazer inovação para a empresa, mas não vai necessariamente fazer uma coisa que nunca existiu, vai pegar alguma prática, que às vezes já está sendo bem disseminada pelo mercado, e trazer para o ambiente em que ele não está sendo usado ainda.”
Inclusive, foram mencionadas duas iniciativas incorporadas internamente e que podem ser consideradas ideais empreendedoras devido a sua inovação e implementação para benefício coletivo da empresa. Foram elas a implementação da plataforma Trello no planejamento interno, ideia trazida pelo próprio Lucas; e o projeto de desenvolvimento e integração, iniciado pela pela Paula Teodoro, do setor de Recursos de Humanos.
Uma participação especial
Além das pesquisas e discussões dentro da própria equipe, o quarteto descobriu que outro colega de trabalho poderia ter contribuições valiosas para o debate, porque Lucas Carnio, parte da equipe pedagógica, ministrou antes aulas de empreendedorismo e intraempreendedorismo em uma instituição do Sistema S, além de ter graduação na área de Administração e experiência enquanto empreendedor.
Trocar ideias com o Lucas antes e durante o podcast trouxe uma perspectiva ainda mais completa para o grupo para o qual foi designado o presente tema. Por isso, ele foi convidado a participar do podcast, em uma grata surpresa para quem pôde acompanhar.
Na oportunidade, Lucas Carnio confrontou senso comum e própria experiência em uma definição do que para ele é empreender de fato:
“A gente ainda associa o empreender muito ao fato de abrir uma empresa, e eu também trilhei primeiro nesse caminho. Mas, com o tempo você descobre que o conceito de empreendedorismo acaba sendo muito maior que simplesmente abrir um negócio, ou ter um CNPJ, o ato de empreender sempre vai ser objetivar algo, tomar uma ação de certo vulto, ir lá e fazer”.
O projeto de desenvolvimento
A partir de toda a pesquisa e trocas de ideias, foram abertas novas perspectivas para repensar as formas de inovação no cotidiano, e sobretudo no trabalho, sob uma ótica que percebe o coletivo e as potencialidades dentro da própria empresa.
Esta é uma das últimas matérias sobre o projeto de integração de desenvolvimento interno, mas você pode conferir todas as matérias aqui no blog, e ficar por dentro das trocas enriquecedoras sobre temas como Autoeficácia, Comunicação, Resiliência, Inteligência Emocional e Crenças Limitantes.
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