A Dra. Ana Carolina Puga foi convidada para participar do I Congresso Brasileiro de Enfermagem Estética, que faz parte do Feridas 2022. O evento foi no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo (SP). Ela discursou sobre a trajetória da Saúde Estética no Brasil.
“É muito gratificante estar em mais um evento de enfermagem. Eu tenho muito orgulho em ver a enfermagem crescendo. Esse é um sonho que começou com a biomedicina, mas que foi se estendendo para outras áreas. E ver que uma ideia deu certo para várias classes é incrível”.
Dividimos a palestra sobre Harmonização Facial Contemporânea da Dra. Ana em duas partes. Na primeira, ela menciona a história da Saúde Estética. Confira o texto abaixo.
1ª revolução – O nascimento da Saúde Estética
Na opinião da Dra. Ana, o nascimento da Saúde Estética marca uma primeira revolução no mercado de trabalho dos profissionais da saúde, como enfermeiros. “A primeira evolução foi tornar possível os enfermeiros irem para a estética”.
Na palestra, ela lembrou que antes de 2010, apenas os médicos podiam atuar com os procedimentos injetáveis. Depois disso, com toda a luta que ela travou nos Conselhos, outros profissionais também puderam atuar nesse segmento: “Foi um salto quântico dentro da saúde estética”.
Ao tornar possível essa especialização de biomédicos, farmacêuticos, enfermeiros, dentistas e biólogos, outra coisa mudou: o olhar do público para a estética. Ana Carolina diz que a mudança ultrapassou barreiras, sendo benéfica para os profissionais da saúde e pacientes.
“O paciente já não queria mais aquela estética tradicional. Ele começou a abrir os olhos para outros procedimentos. Dessa forma, os profissionais começaram a valorizar laser e injetáveis, por exemplo, trazendo o resultado estético para o paciente”.
O que é a Saúde Estética
A Dra. Ana Carolina Puga diz que na visão dela essa breve trajetória da Saúde Estética no Brasil fez surgir a ideia de uma classe que envolvesse vários grupos de profissionais da saúde neste segmento, que é a estética.
“Se nós, biomédicos, estivéssemos sozinhos não estaríamos aqui hoje. Nem biomédicos, nem enfermeiros, nem ninguém. Um exemplo é o Ato Médico, que foi uma linda batalha que uniu as classes. Outras profissões podem surgir também e nós precisamos estar unidos”.
Hoje, legalmente, todos os enfermeiros estetas podem atuar com a enfermagem estética. Ou seja, não há qualquer impedimento para a atuação do profissional. “E quem não quer acreditar nisso vai ficar para trás desse mercado. Já quem acredita vai avançando e ganhando espaço”.
A Dra. Ana faz uma analogia com uma citação que é familiar. “O meu avô já dizia que quem chega primeiro bebe água limpa. Então, ser pioneiro é importante, seja de onde você for, seja pioneira na sua cidade e na sua área”.
2ª revolução – Os produtos e procedimentos estéticos
Uma segunda revolução importante que a Dra. Ana pontua no mercado tem a ver com a evolução de produtos e procedimentos. Inclusive, para ela, isso só aconteceu a partir do momento que novas classes passaram a atuar nesse segmento.
“Eu posso garantir que, nesses meus 15 anos na área, os produtos e procedimentos mudaram muito. Até 2010, havia uma grande diferença entre os tratamentos estéticos médicos tradicionais, como o lifting e os que eram feitos pelos esteticistas, como os nos rostos”.
Ela explica que naquela época, uma cirurgia plástica era muito mais vantajosa para o paciente do que qualquer procedimento estético. Só que a partir de 2008, esses procedimentos começaram a ser tão eficientes como as cirurgias plásticas.
“Foi aí que ganhamos um público interessado que não queria a cirurgia. Ou seja, para ficar mais jovem não era necessário mais ir para uma mesa de cirurgia, como era comum no fim da década de 1990”.
A Dra. Ana lembra vários itens se tornaram opções, especialmente, aqueles relacionados à face e os de preenchimento. Entre eles, os bioestimuladores, os peelings e as toxinas.
As mudanças de produtos para beleza
“A busca pela beleza e juventude é antiga. E passou por vários testes”, diz a Mãe da Biomédica Estética e que também abriu campo para a atuação de enfermeiros estetas.
Confira um breve histórico do que já foi usado na estética e hoje não é mais comum:
- 1889 – Parafina líquida
- 1920 – Injetáveis de gordura
- 1950 – Silicone líquido
- 1985 – Colágeno
- 1990 – Ácido hialurônico
- 2000 – Ácido polilático e hidroxiapatita de cálcio
- 2006 – Fios de PDO
Tudo isso indica que nos últimos 20 anos, cresceu muito a qualidade dos produtos. “Com certeza porque hoje temos uma grande gama de profissionais de saúde inseridos nesse tema também, pensando e inovando juntos”.
A palestrante contou sobre a Hialurox, uma empresa nacional que tiveram uma evolução incrível. Agora, estão desenvolvendo produtos que estão sendo testados pela Dra. Ana. “Estou tendo resultados tão bom quanto os produtos que eu uso que são importados”. Um dos novos produtos que deve chegar ao mercado é o ácido hialurônico com a hidroxiapatita.
Os produtos disponíveis hoje podem ser usados no corpo todo e não apenas no rosto. Com essas substâncias dá para fazer verdadeiras transformações corporais nos pacientes.
“Elas [substâncias] foram descobertas ao longo da história e das necessidades que hoje são importantes na geração de resultados, tornando possível devolver aos pacientes a autoestima através da saúde estética”.
Na prática, os resultados apresentados começaram a ficar muito melhores do que os procedimentos tradicionais cirúrgicos, fazendo surgir uma possível 3ª revolução, que coloca os pacientes como centro do atendimento estético.
3ª revolução – O que o paciente procura
A evolução do público. Essa é a outra revolução que a Dra. Ana mencionou na sua palestra. Ela diz que será preciso conhecer, cada vez mais afundo, quem são os pacientes que vão até as clínicas e descobrir o que eles procuram.
“O que ele vai querer? Daqui um tempo, o público não vai querer mais nada que é invasivo. Se existir um creme que dá um efeito igual da toxina botulínica, será que ele não estará disposto a usar esse creme ao invés de um processo injetável?”.
Dessa forma, a dica dela é buscar capacitações, especializações e informações que permitam que o profissional evolua junto com o mercado. “Aprender procedimentos novos e não ficar engessado apenas nos que já são conhecidos”.
Afinal, as pessoas estão se cuidando mais e melhor, com atos preventivos. O que ajuda a entender que a atuação profissional é o que faz o enfermeiro esteta ter sucesso ao longo da carreira. A própria Dra. Ana sintetiza isso:
“Não é apenas saber fazer um procedimento estético bem-feito. Isso é essencial para estar no mercado. Mas, o diferencial é você saber qual é o teu lugar e o que você proporciona com o seu trabalho”.
A outra parte da palestra da Dra. Ana Carolina Puga
“Para poder ir para a frente, a gente tem que conhecer o passado”, afirma a Dra. Ana. Sendo assim, depois de conhecer a trajetória da Saúde Estética no Brasil, leia esta outra matéria:
Ana Carolina Puga dá dicas para enfermeiros.
Ela tem como foco o título da palestra da Dra. Ana no Feridas 2022: Harmonização Facial Contemporânea. E no conteúdo, a palestrante dá dicas para quem quer se tornar referência na enfermagem estética a partir do conceito da beleza e do que os pacientes procuram. Leia!
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