Quem faz uma especialização na estética, a partir de uma pós-graduação credenciada e recebe a habilitação do Conselho da sua categoria, quer logo começar a atuar na prática. Aí vem uma pergunta comum: como montar uma ficha de anamnese na estética?
Esse instrumento é importantíssimo para dar um diagnóstico inicial dos pacientes. O documento traz as principais particularidades e características de cada um deles, o que pode influenciar no resultado dos tratamentos estéticos.
Neste conteúdo, você vai ler os seguintes temas:
- O que é e para que serve a anamnese
- Quem faz a anamnese
- Qual a finalidade da ficha de anamnese
- Quais os tipos de anamnese
- Como fazer a avaliação de estética
- Quais as perguntas da anamnese
- O que não pode faltar em uma anamnese
- Como montar uma ficha de anamnese na estética
O que é e para que serve a anamnese
Anamnese vem do grego “anamnesis” e indica algo como “o ato de trazer a mente”. Essa definição do conceito de anamnese nos ajuda a entender o principal propósito do documento. Na prática, é uma entrevista feita com os pacientes, de modo a entendê-lo.
Atualmente, a anamnese é fundamental para que se conheça o paciente por completo. É uma estratégia de diagnóstico e planejamento do melhor tratamento. Se antes era comum apenas para médicos, hoje vários profissionais da saúde podem usar o documento-guia.
Entre eles, biomédicos estetas, fisioterapeutas estetas, enfermeiros esteta, farmacêuticos estetas, nutricionistas estetas e assim por diante. A entrevista é feita de modo característico e quase sempre acontece na primeira consulta.
Quem faz a anamnese
A anamnese pode ser feita por profissionais da saúde capacitados e habilitados para isso. Geralmente, acontece na primeira consulta com o viés de guiar os futuros tratamentos. A ficha de anamnese é preenchida pelo próprio profissional e não pelo paciente.
Aliás, o profissional da saúde responsável pela anamnese pode usar várias dicas interessantes para conduzir a entrevista. A começar, saiba que o paciente vai se sentir mais a vontade quando estiver se relacionando de modo mais pessoal do que profissional.
Por isso, vale essa visão: comece não como uma entrevista de emprego e sim como um bate-papo com o paciente. A abordagem da ficha de anamnese na estética deve ser simples, de modo que ele entenda do que você está falando. A boa comunicação passa por isso.
Além disso, tenha sempre um tempo livre para ouvi-lo e não cronometrado, como se quisesse ter todas as respostas em menos tempo possível. Evite cortar as falas dos pacientes e seja profissional a ponto de entender, de fato, o que ele deseja.
Este texto vai trazer vários insights importantes para quem quer aprender mais sobre a anamnese. Mas, considere que a escolha da sua pós-graduação vai ser importante nisso porque nela será possível aprender tudo sobre como criar uma anamnese. No Nepuga, essa disciplina acontece na teoria e também durante as vivências clínicas.
Qual a finalidade da ficha de anamnese na estética
Uma das reflexões que as pessoas que estão estudando esse assunto mais fazem é sobre a importância da ficha de anamnese na estética. O documento é visto como um primeiro passo para os profissionais que visam um tratamento excepcional nos pacientes.
É como uma “estrela-guia” que vai direcionar os trabalhos. É um tipo de investigação que faz diferença na prática. E para entender melhor isso, considere haver diversos em se aplicar a anamnese de modo positivo. Listamos alguns deles.
A resolução de dúvidas
O primeiro benefício de montar uma ficha de anamnese é conseguir ter uma conversa franca com o paciente, entendendo os objetivos dele e conseguindo encontrar as melhores soluções. Ou seja, a partir disso dá para resolver os problemas de modo mais assertivo.
A estruturação de protocolos
Outra vantagem é a chance de escolher os melhores protocolos de tratamento porque será possível ter uma visão global das necessidades dos pacientes. A avaliação estética completa dá mais segurança para que os procedimentos sejam feitos.
A possibilidade de tratamentos individualizados
Também é possível notar a possibilidade de criar tratamentos individualizados para cada pessoa, o que é uma consequência de uma boa anamnese. E isso faz toda a diferença na experiência do paciente e na qualidade dos resultados.
Quais os tipos de anamnese
Atualmente, existem várias formas e modos de criar uma ficha de anamnese na estética. E para dar o primeiro passo corretamente, considere são vários os modelos usados com base nas aplicações dentro da estética e da beleza. Conheça os principais.
A anamnese livre
O próprio nome já indica: é uma ficha da modalidade livre, que não se baseia em padrões ou métodos pré-existentes. É muito interessante para profissionais da saúde que gostam de conduzir a entrevista de forma natural e deixando o paciente falar mais sobre a sua saúde.
No dia a dia, essa técnica também é conhecido como método de escuta. Afinal, dá ao paciente a liberdade de mencionar com mais detalhes as suas queixas. Um bom exemplo de pergunta aberta que pode ser feita é: “qual o motivo da sua consulta”.
A anamnese dirigida
Nessa outra opção, há um padrão a ser definido, que acontece com perguntas prontas criadas com base em estudos e experiências. Um ponto interessante é que essa ficha dirigida pode ser adaptada para cada cliente.
Já essa opção é chamada na rotina como interrogatório cruzado, o qual o paciente responde apenas as perguntas que recebe, sem dar muitos detalhes. Um exemplo de pergunta dirigida é: “quais os tipos de cosméticos que você utiliza”.
A anamnese mista
Por fim, o que temos nada mais é do que a união ou complementação das duas opções anteriormente citada. Logo, a abordagem visa dar ao paciente a chance de mencionar por conta própria a sua opinião, mas usa um roteiro para indicar o caminho a seguir.
Como fazer a avaliação de estética
Agora que você sabe o que é ficha de anamnese na estética, vale dizer que esse é apenas o primeiro passo de um exame clínico mais completo. Isso porque após essa parte teórica, também é legal que se faça a avaliação física, que vai se basear na anamnese.
Há várias técnicas de avaliação física na estética que podem ser usadas pelos profissionais. A mais comum é a palpação, que é quando existe o ato de tocar e sentir, sendo extremamente importante para identificar sinais e condições de cada paciente que podem passar despercebidas por ele próprio.
Também é possível que se faça a inspeção, uma etapa que acontece com a anamnese; a qual vista observar amplitudes de movimentos e regiões para o diagnóstico. Trouxemos a divisão da avaliação física em dois tipos, comuns na estética, veja.
Avaliação Estética Facial – acontece a avaliação detalhada do rosto, analisando as principais métricas da saúde da pele. O profissional pode criar protocolos como a Escala de Fitzpatrick, Sistema de Baumann e MelasQol.
Avaliação Estética Corporal – os tratamentos exigem avaliação profunda, sendo que os profissionais usam ferramentas que vão avaliar o biotipo de cada cliente, inclusive, retirando medidas. Em alguns casos, é possível até solicitar exames laboratoriais.
E tem uma técnica que tem sido cada vez mais comum por gerar ótimos resultados a partir da ficha de anamnese na estética. Estamos falando de compreender o paciente de forma holística. Isto é, dar importância ao relato dele e observar a sua postura ao falar disso, como a imposição da voz e a clareza com a qual se expressa.
Quais as perguntas da anamnese
Quando a gente considera um modelo de anamnese tradicional, nós temos pelo menos 7 itens que compõe o documento. Observe que eles servem como guia para as futuras perguntas e podem ser adaptadas conforme o paciente. São elas:
- A identificação
- A queixa principal do paciente
- O histórico da moléstia atual
- As revisões dos sistemas (sintomas secundários)
- O histórico de patologias
- O histórico familiar
- O histórico social e hábitos de vida
Só para entender que esse índice é apenas um guia, considere que ao mencionar a queixa do paciente, o profissional deve entender a cronologia disso, assim como a localização corporal, as circunstâncias e as manifestações.
Esse roteiro foi criado a partir da Resolução 2.056/2013, sendo que tem o objetivo de avaliar o paciente que vai fornecer informações valiosas para os tratamentos.
O que não pode faltar em uma ficha de anamnese na estética
É interessante saber que apesar de serem modelos prontos ou que podem ser criados do zero, esses documentos precisam considerar os pontos mais importantes e que não devem ser deixados de lado. Mas, quais são eles? Vamos ver isso agora mesmo.
Considere as individualidades de cada paciente e os objetivos deles. Para isso, use perguntas:
- O paciente tem problemas de saúde
- Ele já realizou intervenções cirúrgicas
- Já fez procedimentos estéticos não invasivos
- Está fazendo algum tratamento de saúde
- Usa medicamentos cotidianos
- Teve alguma intercorrência durante procedimentos
Esse é apenas um índice inicial que pode guiar as próximas perguntas, o que vai depender das respostas que cada paciente for dando ao longo das indagações. Sabendo disso, trouxemos no próximo tópico um tipo de guia para montar uma ficha de anamnese na estética.
Como montar uma ficha de anamnese na estética
A verdade é que não existe um jeito único ou exclusivo de criar uma ficha de anamnese na estética. Porém, existem passos importantes, que vão mencionar etapas que não devem ser deixadas de lado, independente de quem é o seu cliente. Trouxemos os passos aqui.
As informações pessoais
É uma espécie de cadastro de cada pessoa. Então, identifique-a. Esse é o melhor momento para conhecer o paciente, obtendo informações que serão fundamentais no decorrer dos procedimentos e também dos futuros contatos.
Nessa etapa entram: nome completo, idade com data de nascimento, naturalidade, endereço, estado civil, profissão, etc. Também vale a pena pensar em insights que vão te ajudar a entender mais do seu negócio, como a pergunta sobre como o paciente chegou até você.
Além do básico
Em um segundo momento, muito para além do cadastro, é interessante que se conheça mais do paciente e do dia a dia dele. Ao se conhecer rotina e hábitos, o profissional pode ir de encontro com os melhores procedimentos para cada um.
Até mesmo históricos familiares devem ser investigados, sendo um fator relevante para a estética. É importante que você seja franco com o seu paciente porque muitas vezes ele não tem uma ideia realista de como são os tratamentos. Aliás, essa é a próxima etapa.
A explicação dos procedimentos
É durante essa breve entrevista chamada anamnese que entra a explicação dos tipos dos procedimentos estéticos que você oferece. Fale sobre para que eles servem, como funcionam e por que são ou não são recomendados para essas pessoas.
Aqui você tem que conquistar a confiança dele e ser transparente, caso julgue que não é o melhor momento para iniciar os tratamentos. Use uma conversa casual para gerar bons resultados e organize as informações de modo a ser compreensivo.
As fotografias
Se antes não era comum na vida dos médicos, considere que dentro da estética é. Estamos falando sobre fotografar o paciente, com o aval dele, para trazer aquele efeito de antes e depois. Esse registro tem diversos objetivos, indo do planejamento ao resultado.
Curiosamente, é um tipo de documentação que deve ser constante, em cada fase do tratamento. É uma forma de comprovar que os procedimentos estão sendo feitos. Eles podem ser arquivados, ou melhor, armazenados com a anamnese.
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